Répteis - 1943 Litografia de M.C. Escher |
Considero ter tido dois processos de aprendizado e significação principais:
- Entender realmente e vivenciar a potência da Educação Permanente: Estar em um processo de Educação Permanente, compartilhando idéias, emoções e vivências com pessoas com as quais me vinculava no início do trabalho como apoiadora foi extremamente importante.
Foi através do curso que laços de confiança foram sendo estabelecidos entre nós. Laços de extremo significado, dentro da rotina inúmeras vezes irracional nos serviços, que me ajudam a apoiar de forma mais verdadeira e sincera a construção local do SUS.
Ter durante a semana o tempo para estudos foi essencial para gerar reflexões mais coerentes sobre os processos vividos em uma rede de serviços ainda em construção.
- Compreender os diversos níveis de gestão: Havia em meus pensamentos e idéias uma forma certamente distorcida do que significa esse termo "GESTÃO". Através do curso, houve uma clarificação das nuvens que escondiam o amplo significado que ele representa hoje para mim.
Entendo que esse termo está bastante ligado à diretriz operacional da descentralização, em todos os níveis que possam ser descentralizados, pois ao distribuir a centralidade ao todo... todos são extremamente importantes na gestão do sistema (cada um gerindo uma determinada parte desse todo).
É importante salientar que há unicidade dentro disso pois trabalhadores se estruturam nos serviços, os serviços fazem parte de uma rede de serviços locais, a rede de serviços locais faz parte de redes regionais e assim sucessivamente... estão todos ligados e para cada nível há processos de gestão muito parecidos com os da gestão do cuidado por exemplo, somente sendo diferenciados pelo nível onde se encontram. Exemplo: acolher o paciente na UBS com uma escuta qualificada às suas demandas assegura processos mais assertivos de intervenção e vínculo; da mesma forma, escutar qualificadamente os trabalhadores com relação às suas demandas assegura melhor intervenção e co-responsabilização na resolução do problema; em um nível um pouco mais amplo, ter ouvidos mais aberto às dificuldades dos serviços em executarem as demandas solicitadas pela Secretaria de Saúde, possibilita que dados e informações mais fidedignas da realidade possam ser utilizadas no plano de saúde municipal; subindo mais um nível, ser acolhida a singularidade de cada município pelo Ministério da Saúde traz condições de investimentos mais eficientemente aproveitados no desenvolvimento regional e territorial do SUS em nosso país.
2. A ESTRUTURA PEDAGÓGICA DO CURSO:
Como processo de formação mais participativo acredito muito na metodologia de facilitação e orientação, contudo a força metodológica do curso foi se perdendo ao longo do processo.
A diminuição da força que digo, refletiu-se no empobrecimento das atividades disparadoras nos encontros mensais e da não utilização desses espaços para que os especializandos tivessem contato com os momentos tradicionais de formação (mesa de debate, palestras, etc.) sendo complementados pelos ricos momentos da discussão em grupo (fortalecendo a importância de conversas após momentos mais expositivos).
Houveram momentos em que nosso grupo ficou sem orientador de aprendizagem, o que trouxe certo prejuízo de condução de nossas discussões nos temas previstos no cronograma do curso e na elaboração de questões de aprendizagem para os encontros semanais.
Com relação ao Projeto Aplicativo foi de grande significado pois nosso grupo vinculou muito bem o processo de gestão através do planejamento participativo, trazendo muito de nossas discussões teóricas para a prática na estruturação do projeto. A ressalva que faço representa esse momento "final" que vivenciamos nesses últimos meses, que seria as etapas de avaliação e monitoramento quando se discute o planejamento. Essas são etapas normalmente esquecidas e que nosso grupo também não se responsabilizou por completo... Em muitos momentos apenas alguns de nós se responsabilizaram por isso. Entendo dessa forma, que há uma lacuna pendente no processo de aprendizagem com relação a essas duas questões: MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO e REPLANEJAMENTO de ações.
3. A ESTRUTURA DO CADERNO DE REFLEXÃO AO LONGO DO CURSO E FAZÊ-LO AO FINAL:
A diminuição da força que digo, refletiu-se no empobrecimento das atividades disparadoras nos encontros mensais e da não utilização desses espaços para que os especializandos tivessem contato com os momentos tradicionais de formação (mesa de debate, palestras, etc.) sendo complementados pelos ricos momentos da discussão em grupo (fortalecendo a importância de conversas após momentos mais expositivos).
Houveram momentos em que nosso grupo ficou sem orientador de aprendizagem, o que trouxe certo prejuízo de condução de nossas discussões nos temas previstos no cronograma do curso e na elaboração de questões de aprendizagem para os encontros semanais.
Com relação ao Projeto Aplicativo foi de grande significado pois nosso grupo vinculou muito bem o processo de gestão através do planejamento participativo, trazendo muito de nossas discussões teóricas para a prática na estruturação do projeto. A ressalva que faço representa esse momento "final" que vivenciamos nesses últimos meses, que seria as etapas de avaliação e monitoramento quando se discute o planejamento. Essas são etapas normalmente esquecidas e que nosso grupo também não se responsabilizou por completo... Em muitos momentos apenas alguns de nós se responsabilizaram por isso. Entendo dessa forma, que há uma lacuna pendente no processo de aprendizagem com relação a essas duas questões: MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO e REPLANEJAMENTO de ações.
3. A ESTRUTURA DO CADERNO DE REFLEXÃO AO LONGO DO CURSO E FAZÊ-LO AO FINAL:
Para esse tópico retomo duas vivências passadas nas quais pude ter contato com a construção de um Caderno de Reflexão.
A primeira foi durante o VER-SUS em 2004, nessa vivência de 15 dias tínhamos cerca de 2h por dia para registrar as percepções e reflexões em nossos cadernos (eram três folhas, cada uma de uma cor, em cada cor deveria ser registrada uma informação direcionada - narrativa descritiva das atividades vivenciadas; narrativa reflexiva das atividades vivenciadas; o terceiro... não lembro) e o orientador iria lia todas as narrativas diariamente. As reflexões eram acompanhadas bem de perto, porém eu tinha bastante dificuldade de cumprir o exigido...
A segunda foi durante a Residência Multiprofissional, no período de 2 anos de formação deveríamos registrar todas as reflexões, textos e vivências no caderno ao longo do tempo. Esse processo também era acompanhado pelo preceptor de área. A dificuldade aqui encontrada em fazê-lo era, a de ter os momentos diários de registro das reflexões, pois apesar da carga horária de 60h semanais, haviam poucos momentos para isso.
Com a experiência acumulada, desde o início desse curso atentei-me para a importância de registrar reflexões ao longo dos encontros e das vivências. Porém a construção mais estruturada das reflexões nesse Caderno aconteceu agora ao final, com os prazos mais apertados... Compreendi também que o esforço para fazê-lo, bem como o significado dele no meu processo de formação também tem evoluído.
Retomar vivências, discussões e refletir sobre o impacto de situações passadas, no futuro de hoje, trouxe muita alegria pra esse meu coração/mente... alegria por compreender que as coisas sendo feitas no momento certo irão gerar frutos mais duradouros, basta plantar e cultivar com discernimento.
A primeira foi durante o VER-SUS em 2004, nessa vivência de 15 dias tínhamos cerca de 2h por dia para registrar as percepções e reflexões em nossos cadernos (eram três folhas, cada uma de uma cor, em cada cor deveria ser registrada uma informação direcionada - narrativa descritiva das atividades vivenciadas; narrativa reflexiva das atividades vivenciadas; o terceiro... não lembro) e o orientador iria lia todas as narrativas diariamente. As reflexões eram acompanhadas bem de perto, porém eu tinha bastante dificuldade de cumprir o exigido...
A segunda foi durante a Residência Multiprofissional, no período de 2 anos de formação deveríamos registrar todas as reflexões, textos e vivências no caderno ao longo do tempo. Esse processo também era acompanhado pelo preceptor de área. A dificuldade aqui encontrada em fazê-lo era, a de ter os momentos diários de registro das reflexões, pois apesar da carga horária de 60h semanais, haviam poucos momentos para isso.
Com a experiência acumulada, desde o início desse curso atentei-me para a importância de registrar reflexões ao longo dos encontros e das vivências. Porém a construção mais estruturada das reflexões nesse Caderno aconteceu agora ao final, com os prazos mais apertados... Compreendi também que o esforço para fazê-lo, bem como o significado dele no meu processo de formação também tem evoluído.
Retomar vivências, discussões e refletir sobre o impacto de situações passadas, no futuro de hoje, trouxe muita alegria pra esse meu coração/mente... alegria por compreender que as coisas sendo feitas no momento certo irão gerar frutos mais duradouros, basta plantar e cultivar com discernimento.
4. IMPACTOS NA
ESTRUTURA DO TRABALHO:
Dos módulos previstos na estrutura do curso, os da Produção Social da Saúde e Produção do Cuidado ainda são pouco refletidos na estrutura do trabalho como apoiadora em saúde, tenho atualmente utilizado os conhecimentos adquiridos mais profundamente nos outros três módulos: Gestão, Planejamento, Avaliação e Educação Permanente em Saúde; Vigilância e Proteção à Saúde; Desafios da Construção do SUS.
É importante analisar isso neste momento, pois diretamente não atuo aplicando os conhecimentos profissionais, justamente nos módulos que estão mais próximos do fazer cotidiano dos serviços e no contato direto com os usuários do SUS. Não considero isso como ruim, porém é uma atuação parcial. Mas, acredito que o caminho é buscarmos, e digo no coletivo pois constituímos um grupo de apoio da rede de serviços (mesmo que um grupo meio fragmentado...), essa atuação de forma mais efetiva. Como, ao pensarmos em uma balança equilibrada, que ela não pendesse para um lado e nem para o outro... que as ações pudessem estar coordenadas pelo equilíbrio necessário para uma atuação efetiva e duradoura.
Dos módulos previstos na estrutura do curso, os da Produção Social da Saúde e Produção do Cuidado ainda são pouco refletidos na estrutura do trabalho como apoiadora em saúde, tenho atualmente utilizado os conhecimentos adquiridos mais profundamente nos outros três módulos: Gestão, Planejamento, Avaliação e Educação Permanente em Saúde; Vigilância e Proteção à Saúde; Desafios da Construção do SUS.
É importante analisar isso neste momento, pois diretamente não atuo aplicando os conhecimentos profissionais, justamente nos módulos que estão mais próximos do fazer cotidiano dos serviços e no contato direto com os usuários do SUS. Não considero isso como ruim, porém é uma atuação parcial. Mas, acredito que o caminho é buscarmos, e digo no coletivo pois constituímos um grupo de apoio da rede de serviços (mesmo que um grupo meio fragmentado...), essa atuação de forma mais efetiva. Como, ao pensarmos em uma balança equilibrada, que ela não pendesse para um lado e nem para o outro... que as ações pudessem estar coordenadas pelo equilíbrio necessário para uma atuação efetiva e duradoura.
5. O CURSO COMO
PROCESSO DE FORMAÇÃO E ESTUDOS, ESPAÇO ESSENCIAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE:
Com o término das atividades previstas pelo curso de especialização em Gestão de Serviços de Saúde, há uma lacuna que fica aberta: estar em coletivo, discutindo a rotina de trabalho e tendo bases teóricas de suporte para apoiar e construir novos caminhos aos tradicionais problemas da saúde pública. Tais espaços são essenciais, quando sabemos que ainda há muitos caminhos a serem construídos.
Mais especificamente, não temos conseguido estruturar os espaços de educação permanente do apoio nesse sentido, e dessa forma, há necessidade de caminharmos para uma qualificação desse espaço, pois é o que temos já garantido como espaço de formação e qualificação profissional após o término do curso.
Para isso acredito ser necessário que ao compormos tao espaço, estejamos ali com o coração pulsante de boas energias e a mente envolvida em pensamentos construtivos e produtores de um coletivo coerente em suas ações e planejamentos. É preciso aceitação em um primeiro momento. Aceitar-nos uns aos outros em nossas fragilidades e potencialidades. Sabe, aquilo de poder olhar no fundo dos olhos uns dos outros e ver o quão belo e potente cada um é...
AGRADECIMENTOS:
Agradeço a essa força interna que chamamos de deus pelo discernimento, compreensão, paz e amor que vem sendo desabrochado e lapidado ao longo do tempo.
Agradeço também à todos que estiveram envolvidos direta e indiretamente na estruturação desse curso.
Agradecimentos fraternos à Andreia, Lara, Carlão, Vera Michelon, Conceição, Sandra, Marisa, Eduardo, Rose, Ana, Adão, Geraldo, Vera Marina, Marcelle, Suze, Casarin.
E em especial aos eternos amigos, companheiros de luta, alegrias, lágrimas, risos, sorrisos, construções e desconstruções, Camila, Jonathan e Michele. Como seriam os dias se não estivéssemos juntos, vivendo tudo isso com tanto amor e compreensão? Nada se faz por acaso, e dou graças por poder compartilhar todos esses momentos com vocês!
Com o término das atividades previstas pelo curso de especialização em Gestão de Serviços de Saúde, há uma lacuna que fica aberta: estar em coletivo, discutindo a rotina de trabalho e tendo bases teóricas de suporte para apoiar e construir novos caminhos aos tradicionais problemas da saúde pública. Tais espaços são essenciais, quando sabemos que ainda há muitos caminhos a serem construídos.
Mais especificamente, não temos conseguido estruturar os espaços de educação permanente do apoio nesse sentido, e dessa forma, há necessidade de caminharmos para uma qualificação desse espaço, pois é o que temos já garantido como espaço de formação e qualificação profissional após o término do curso.
Para isso acredito ser necessário que ao compormos tao espaço, estejamos ali com o coração pulsante de boas energias e a mente envolvida em pensamentos construtivos e produtores de um coletivo coerente em suas ações e planejamentos. É preciso aceitação em um primeiro momento. Aceitar-nos uns aos outros em nossas fragilidades e potencialidades. Sabe, aquilo de poder olhar no fundo dos olhos uns dos outros e ver o quão belo e potente cada um é...
AGRADECIMENTOS:
Agradeço a essa força interna que chamamos de deus pelo discernimento, compreensão, paz e amor que vem sendo desabrochado e lapidado ao longo do tempo.
Agradeço também à todos que estiveram envolvidos direta e indiretamente na estruturação desse curso.
Agradecimentos fraternos à Andreia, Lara, Carlão, Vera Michelon, Conceição, Sandra, Marisa, Eduardo, Rose, Ana, Adão, Geraldo, Vera Marina, Marcelle, Suze, Casarin.
E em especial aos eternos amigos, companheiros de luta, alegrias, lágrimas, risos, sorrisos, construções e desconstruções, Camila, Jonathan e Michele. Como seriam os dias se não estivéssemos juntos, vivendo tudo isso com tanto amor e compreensão? Nada se faz por acaso, e dou graças por poder compartilhar todos esses momentos com vocês!