quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O início do Curso - Agosto de 2010

12/08/2010:


- Apresentação das pessoas e muitas expectativas:

FACILITADORES: Carlão (médico pediatra; 33 anos na Prefeitura de São Bernardo do Campo; está na Atenção Básica - ciclos de vida) e Andréa (Psicóloga; Coordenadora do CEREST).

ORIENTADOR: Casarin

ESPECIALIZANDOS:

Geraldo (especialista em saúde pública e em emergência);

Marisa (urgência/emergência - saúde pública e saúde do trabalhador; está na Vigilância Sanitária Municipal)

Vera (17 anos na Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo; advogada - sonho de ser delegada; especializada em administração hospitalar);

Sandra (11 anos na Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo; psicóloga; gosta de trabalhar com o público);

Eduardo (farmacêutico na Vigilância Sanitária já a 10 anos; já esteve no Ministério da Saúde na parte de inspeção de serviços);

Conceição (está a 25 anos na Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo como auxiliar de enfermagem; é graduada como enfermeira e tem pós-graduação em docência);

Iana (fez residência e especialização em psiquiatria; trabalhou com David Capistrano e na estruturação das redes de CAPS para descentralização);

Vera Marina (está a 22 anos na Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo; é gerente de Gestão Participativa);

Suze (começou como recepcionista e agora é Assistente de Diretoria da Atenção Básica; não terminou curso de Saúde Pública e de Administração Pública);


João (atenção hospitalar - não estava presente);

Camila; Michele; Marcelle; Jonathan e Eu!!!
"Cada semente tem todo o potencial para se tornar uma bela planta, porém uma semente de Alfazema crescerá como Alfazema. Uma semente de Mangueira, crescerá como Mangueira... essa é a diversidade da vida!"
REFLEXÕES: muitas pessoas interessante. Importante saber a formação das coordenadoras.

Disparador: FILME

Título original: A Pessoa É Para O Que Nasce
Gênero: Documentário
Duração: 84 min.
Lançamento (Brasil): 2003
Direção: Roberto Berliner
Música: Hermeto Pascoal
A trilha sonora é marcante! Segue link para compartilhar: http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/ceguinhas-de-campina-grande/atirei-no-mar/2456813

Sinopse: Três irmãs cegas. Unidas por esta incomum peripécia do destino, Regina, Maria e Conceição viveram toda sua vida cantando e tocando ganzá em troca de esmolas nas cidades e feiras do Nordeste do Brasil. O filme acompanha os afazeres cotidianos destas mulheres e revela suas curiosas estratégias de sobrevivência, das quais participam parentes e vizinhos. Acompanha também, numa reviravolta inesperada, o efeito do cinema na vida destas mulheres, transformando-as em celebridades.

Discussão do Filme: 
- Potência; Dependência; Resiliência; Estética; Solidadriedade entre elas; Pudor; Amor; Autonomia; Silêncio; Arte e representação do Ser; Essência.
- A saúde possibilitando que as pessoas sejam pertencentes à esse serviço, é isso que as vincula.
- PADRÕES (Deficiência X Normalidade; Limitações); Relação de poder; Poder econômico; Contradições; Poder Público; Necessidade de Saúde; Formação Profissional.
Poder Público e Ações do serviço público <---> Autonomia 

REFLEXÕES: 
- O que esperamos do outro? Como nos relacionamos com o outro? O que enxergamos em nós e nos outros?
- De onde vem o riso? O que nos mobiliza para essa reação?
- Que necessidade é essa de se abrir dessa forma? CALMA...



13/08/2010
Discussão sobre TERRITÓRIO: 
- escuta; intersetorialidade; conhecimento da população; necessidades de saúde (senti uma resistência do grupo em discutir perspectivas mais abrangentes sobre esse tema). Durante a discussão, nos foi apresentada (ao grupo de apoiadores) uma clareza de como essas questões amplas se relacionam com a prática do dia-a-dia.

Leitura do texto: "Viver é muito perigoso" de Sidnei José Casetto. 

Reflexões sobre o texto: 
- Cada um reage de uma forma no processo de saúde doença.
- "Estar dentro de padrões clínicos não quer dizer saúde."
- O que é normalidade? (Canguilhem*)
- Ouvir do outro algo que não temos o costume de perceber em nós mesmos. Nossa relação com o próprio corpo é quase nula...
- Qual a relação entre as concepções de saúde e o fazer cotidiano?


- É necessário pensar também, como essas discussões são levadas para o COLETIVO (aqui entra o conhecimento do território para qualificar a concepção de saúde).

* Georges Canguilhem (Castelnaudary4 de junho de 1904 - Marly-le-Roi11 de setembro de 1995) foi um filósofo e médico francês. Especialista em epistemologia e história da ciência, publicou obras importantes sobre a constituição da biologia como ciência, sobremedicinapsicologia, ideologias científicas e ética, notadamente Le normal et le pathologique e La connaissance de la vie. Discípulo deGaston Bachelard, inscreve-se na tradição da epistemologia histórica francesa e terá uma notável influência sobre Michel Foucault.
Sua tese principal é de que a vida não pode ser deduzida a partir de leis físico-químicas, ou seja, é preciso partir do próprio ser vivo para compreender a vida. Assim, o objeto de estudo da biologia é irredutível à análise e a decomposição lógico-matemática
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Georges_Canguilhem (acessado em 14/10/2011)
 Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura. Deus é que me sabe”. 
Guimarães Rosa em Grande Sertão Veredas


23/08/2010
Expectativas para o Curso de Especialização em Gestão dos Serviços de Saúde 
Tendo como contexto a metodologia pedagógica desse curso, minhas principais expectativas atuais são:
- Aprofundar conhecimentos existentes e aprender novas coisas relacionadas à gestão dos serviços de saúde com base nas discussões e experiências trazidas pelo grupo.
- Aprender novos conceitos que compõem os estudos em Saúde.
- Contato com novos autores e novas produções de autores já conhecidos.
- Melhoria na rede de serviços, como reflexo da relação fortalecida entre os integrantes do grupo ao longo do processo de formação, e pela discussão dos processos de trabalho intra e inter serviços.
- Renovação da necessidade de estudar, refletir e buscar teoria para entender e ajudar a transformar as situações vividas no cotidiano do trabalho.
Acredito que durante o curso, essas expectativas possam ser transformadas ou resignificadas.

24/08/2010
Memorial: Mariana Fonseca Paes
            A aproximação com o Sistema de Único de Saúde Brasileiro é o momento que marco como o início de transformações extremamente importantes em minha vida.
            Foi no primeiro ano de faculdade (2003) que comecei a participar das atividades do Centro Acadêmico de Farmácia da UNESP, e conhecer vários lugares de nosso país e pessoas diferentes que conheciam o SUS, e com bastante insistência diziam sobre a importância de pensarmos sobre como a nossa sociedade funciona e de que forma o SUS faz parte da luta pela transformação social. Nos outros anos de faculdade o interesse de trilhar o caminho profissional no SUS estava cada vez mais presente, porém as dúvidas com relação às possibilidades futuras eram gigantescas.
            Surge, no último ano do curso (2007), o processo seletivo para o programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade pela UFSCar. Essa se configura como a grande oportunidade de estar trabalhando no SUS e ao mesmo tempo estar em processo de formação. Durante dois anos (2008 – 2010) pude entender o que era ser profissional de saúde e a demanda social de minha profissão, porém vivendo um processo extremamente contraditório, já que isso deveria ter sido possível após o curso de graduação. Na Residência aprendi e percebi o que era o SUS, trabalhando em duas unidades de saúde com Estratégia de Saúde da Família, tendo contato e formando laços com profissionais e usuários do serviço. Conheci o que era trabalhar multiprofissionalmente, e como era importante ter contato com outras áreas do conhecimento em saúde. Conheci também outros farmacêuticos e juntos pudemos consolidar uma atuação profissional que fosse coerente com o que o serviço de saúde necessitava. Muitas dificuldades para construir esse caminho, e muitas descobertas. Pude também conhecer pessoas que se tornaram amigos e amigas ao longo da jornada e me ajudaram a descobrir cada vez mais quem eu era e o meu papel aqui. Pessoas que estão e estarão sempre comigo de alguma forma.
            Com o término da Residência, trabalhei por quatro meses em Mauá, e tive um contato diferente com o serviço de saúde. Não era residente, era trabalhadora da saúde. E dessa forma várias situações vividas anteriormente eram bastante determinantes para a atuação mais qualificada como profissional. Uma experiência extremamente rica, porém as possibilidades de contribuir em questões além da Assistência Farmacêutica estavam um pouco distantes.
            A possibilidade de vir trabalhar em São Bernardo do Campo permeava a necessidade de estar “fora” da farmácia, pensando e ajudando a estruturar o SUS em suas várias dimensões. Outra questão relevante nessa escolha era a de poder estar vivendo esse processo, juntamente com algumas pessoas que estiveram na Residência e pensavam o SUS como parte do significado de suas vidas. Atualmente, o trabalho é bem próximo ao que desenvolvia durante a Residência, porém o tempo traz uma percepção mais madura de alguns processos e isso tem ajudado bastante a pensar e imaginar o futuro.

25/08/2010

O texto base para a discussão foi: As Necessidades de Saúde como conceito estruturante na luta pela integralidade e equidade na atenção à Saúde de Luis Carlos de Oliveira Cecílio

Reflexões: Nas discussões as expectativas foram tomadas pela dualidade aparente do "quem PENSA e quem FAZ". Os Apoiadores puxam a discussão para o lado teórico e conceitual, e os outros integrantes do grupo trazem a questão da prática, e a aplicabilidade real de toda essa teoria.
O texto do Cecílio contribui nessa questão pois aborda a necessidade de saúde como um conceito na estruturação dos serviços. Não necessariamente as necessidades são vistas dessa forma na atuação prática do dia-a-dia. Continuemos...