terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Outubro de 2010 - Necessidades de Saúde, Vulnerabilidade Social: Aprofundando os conhecimentos sobre o conceito de Território

06/10/10:
DISCUSSÃO SOBRE O DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO: 
Utilizei o Capítulo V da cartilha: O trabalho do Agente Comunitário de Saúde
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_05a.pdf

Pontos Relevantes:
- na territorialização das UBS não se esquecer de listar endereços e telefones de: escolas, hortas comunitárias, praças, funerária, igrejas, centro espírita, locais para coleta de material reciclável, albergue, pontos de entrega de leite, associação de moradores.
- pensar apresentações/exposições para a população na sala de espera das unidades (INTERESSANTE ESSE PONTO, POIS REALIZAMOS SIM UMA EXPOSIÇÃO DE FOTOS NA SALA DE ESPERA DAS UBS!!!!)

A discussão sobre necessidades de saúde foi pautada pensando no processo de territorialização com as visitas que foram feitas no território. De que tipo de necessidades estamos falando?

A maquete foi representativa da demanda para a saúde em virtude da carência de espaços e de outras políticas públicas” educação, assistência, esportes e etc. Algumas considerações são importantes:
- Escolas próximas as unidades de saúde (As 4 unidades de saúde visitadas mostrou essa característica);
- Acessibilidade nos locais (muitas unidades de saúde foram construídas em uma época que não se pensava em acessibilidade). Ex.: UBS Batistini e UBS Represa, construída  recentemente; escadas com degrau estreito na unidade de saúde do Parque São Bernardo;
- Contextualizou-se também a história de algumas unidades como o Farina que na época de sua inauguração tinha o nome de “Posto de Puericultura” e servia de depósito de mantimentos;
- Utilização de outros espaços do território que não seja a estrutura da unidade de saúde que é deficiente;
- Território é dinâmico;
- Será que abrir uma unidade de saúde resolve o problema? Provavelmente, senão tiver uma estrutura local de serviços públicos irá encher também;
- A população da unidade aumenta constantemente;
- Aumento no fluxo de pacientes que querem laudos do INSS para aposentadoria;
- Exemplo de uma reclamação na ouvidoria sobre a conduta do clínico que não solicitou exames para o paciente por avaliar que não tinha necessidade;
- As pessoas não compreendem as diferenças nos serviços de saúde, o que é PS? UPA? USF? UBS? HOSPITAL?

Questões como cidadania / respeito, sociedade moderna da “velocidade” foram discutidas dentro das necessidades de saúde. O texto do Luiz Carlos de Oliveira Cecílio faz uma discussão a esse respeito, principalmente sobre necessidade de saúde com base na história da sociedade e também individualmente construída.
Reconhecer as necessidades de saúde por meio de crenças e valores está intimamente relacionado com os profissionais da saúde e os espaços onde estes transitam e a população e/ou usuários nos seus diversos níveis econômicos, para isso são utilizadas estratégias como o acolhimento e a intersetorialidade sem esquecer do espaço de referência do território que é a unidade de saúde. Recursos para financiamento de programas também definindo a forma de fazer o cuidado e de desqualificação da escuta.

Reflexões: O território dinâmico e sua relação com a estrutura dos serviços de saúde é bastante complexa. Há profundos desafios a serem percorridos nesses espaços, pois a saúde é engessada em processos e protocolos, porém como lidar com o território e suas infinitas necessidades?  Pouco se discute sobre as responsabilidades reais e autonomia de cada um desses atores na gestão de suas vidas dentro do sistema. Um cobra do outro a responsabilidade, todavia, devemos superar cobranças e pactuar acordos entre as partes.

Disparador: Narrativa de Camila Avarca
"Era uma reunião de equipe em que participavam a médica da família, a enfermeira, agentes comunitárias e uma equipe multidisciplinar.
    Trouxeram um caso para discussão que consideravam bastante difícil de trabalhar:
   Trata-se de uma mulher, chamada aqui de Maria, de 26 anos, que está gestante do oitavo filho. Seu desejo era realizar a laqueadura, entretanto queria que a médica solicitasse tal procedimento ao HMU na hora que ela fosse dar a luz.
   Ela se nega a freqüentar os encontros do Planejamento familiar do CAISM, um dos procedimentos necessários para que a laqueadura seja realizada. Ademais, não toma pílula anticoncepcional.
   Esta mãe recebe auxílio bolsa-família. Entretanto, seus filhos foram vistos vendendo doces nos faróis da região. Um deles, enquanto vendia balas na rua, foi atropelado. Por esse incidente o Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar o caso dessa família.
  Atualmente Maria mora com um companheiro que é usuário de drogas e que, possivelmente (afirma a agente comunitária), agride violentamente ela e seus filhos."

Discussão: 
Na situação quando a pessoa recebe um recurso (Bolsa Família) ela fica impossibilitada em sair dessa dependência por quais motivos?
- O que fazer? Acionar o Ministério Público e dar à responsabilidade as autoridades para achar uma saída para essa situação?
- O Conselho Tutelar já foi acionado mais quais os procedimentos a serem tomados por essa entidade?
- Tirar essas crianças dos pais? Mandar para um abrigo?
- Como lidar com o desejo dessa mulher?
- Quais as informações de abordagem que a equipe teria que ter com o CAISM para intervir nesse caso?
A discussão suscitou o interesse em procurar algo sobre vulnerabilidade, pois a narrativa se enquadra em diversas situações e indicadores  de vulnerabilidade social.
No texto Vulnerabilidade Social de Laura Maria Pedrosa de Almeida (disponível em http://www.recife.pe.gov.br/atlasdh/doc/analiticos/Vulnerabilidade%20Social.pdf)  são apresentados INDICADORES para análise da situação de vulnerabilidade. Um deles, por exemplo, é o Percentual de mulheres chefes de família, sem cônjuge e com filhos menores de 15 anos; aponta o processo de desconstrução familiar, a partir da não figura masculina e a mulher tem que assumir todas as responsabilidades mantenedoras dessa família.


13/10/10

Vulnerabilidade Social
Partimos da seguinte questão para discussão: O que é Vulnerabilidade Social?
        Foram relatadas várias situações de vulnerabilidade social, principalmente no que diz respeito à gravidez na adolescência. A questão social e a culturalmente determinada foram discutidas nessas situações.
        Para exemplificar a relação que o profissional de saúde tem com relação a algumas situações sociais complexas, principalmente as que envolvem a gravidez na adolescência, discutiu-se a partir da pedagogia de Paulo Freire que, entre outras palavras, fala em diferentes formas com engenheiros, operários, analfabetos, a fim de que possa produzir um sentido nas orientações dadas as pessoas.


Reflexão: Esse tema é bastante complexo pois envolve o fato de a saúde estar intimamente ligada à toda a estrutura de organização social, recebendo muitas vezes o produto de uma sociedade sem ideal comum, já bastante fragilizado e entregue à estrutura desigual. Precisamos aprender a solicitar ajuda dos outros setores da sociedade que também são responsáveis por situações de vulnerabilidade social, para que todos se responsabilizem por ajudar na transformação. Deixemos, em alguns momentos o curativo de lado para que possamos agir na causa do ferimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário