terça-feira, 3 de abril de 2012

Outubro de 2011 - Sobre Gestão, Apoio e Ritmo...


05/10/2011
Discussão sobre Educação Popular e Saúde através da análise do Caderno de Educação Popular e Saúde. 2007. Ministério da Saúde.
Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/caderno_de_educacao_popular_e_saude.pdf

Reflexões: O material disponibilizado pelo Ministério da Saúde é riquíssimo. Através de relatos de experiência, é possível traçar paralelos com as situações vividas no próprio trabalho... de forma tranquila e lógica, sem que seja necessário resgatar conceitos teóricos que muitas vezes são distantes da realidade nos serviços.
Não vejo uma abertura de sentido atualmente (a algum tempo atrás isso seria menos presente...) para falar de Educação Popular... há grande dificuldade de consolidar os reais processos de Educação Permanente e Humanização nos serviços, além do fato da participação popular ser considerada apenas através da estrutura burocrática dos conselhos locais de saúde.
A Educação Popular é prática mais transformadora e libertária do indivíduo no sistema... Considera em sua diversidade de formas a cultura e a espiritualidade do homem no produzir saúde individual e coletiva... Tem como base a simplicidade de ser das coisas belas da vida!
Tempo Rei (Gilberto Gil)     
Não me iludo
Tudo permanecerá
Do jeito que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando
Todos os sentidos...

Pães de Açúcar
Corcovados
Fustigados pela chuva
E pelo eterno vento...

Água mole
Pedra dura
Tanto bate
Que não restará
Nem pensamento...

Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai!
O que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!...

Pensamento!
Mesmo o fundamento
Singular do ser humano
De um momento, para o outro
Poderá não mais fundar
Nem gregos, nem baianos...

Mães zelosas
Pais corujas
Vejam como as águas
De repente ficam sujas...

Não se iludam
Não me iludo
Tudo agora mesmo
Pode estar por um segundo...

Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai!
O que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!... 

14/10/2011
Disparador: Narrativa Especialização sobre o que é ser gestor


Olhando para o mês de Setembro de 2011:
- Reunião com Farmacêuticos para discutir agenda e propostas de atuação nas reuniões de equipe, grupos e reuniões de matriciamento;
- Tabulação de dados da Territorialização, e reunião do Núcleo de Territorialização;
- Planejamento de ações Equipe 3 apoiadores;
- Proposição de trabalhar com mapa inteligente na reunião de equipe BRONZE (UBS Parque São Bernardo);
- LINHA DE CUIDADO:
  • Apoio na organização dos dados, busca ativa, contato com usuários e disparar informações para as equipes/trabalhadores;
  • Apoio e participação na reunião entre UPA e UBS, discutindo casos e apresentando o consolidado de acompanhamentos;
  • Análise em conjunto com coordenação da UBS sobre as prioridades e sobre a qualidade de acompanhamento das equipes;
  • Rediscussão de fluxos de acolhimento da UBS com coordenadora e trabalhadores.
- Apoio na mudança e instalação da UBS Parque São Bernardo no prédio da UBS Farina: planejamento de salas.
- Participação em reunião com Departamento de Atenção Básica: PMAQ.
Como parte do processo de gestão, analiso também o grande desafio de manter ou rever planejamentos pré-estabelecidos com as diversas atividades novas que surgem ao longo do caminho.
De certo que a maré é antecedida de ventos mais fortes e mudanças no clima. Assim após a experiência vivida nessa atuação de apoiadora, algumas previsões são necessárias. É o exercício constante de grandes virtudes, que se perderam ao longo da história do homem: a intuição e a tranqüilidade, mesmo que pareçam impossíveis de serem aplicadas.
Dentro do limite inerente ao desenvolver das atividades cotidianas, o que floresce são as construções junto ao outro na atuação enquanto apoio. O indivíduo no coletivo, pensando, planejando e produzindo pequenas transformações. Mariana Fonseca Paes


Síntese da discussão sobre as narrativas: Sala 1 (Carolina – coordenadora PSAlvarenga; Sebastião – Atenção Especializada Sessão saúde funcional e auditiva; Rosemar – 10; Carlão -  Urgência/Emergência; Márcia – 6; Thiago – 8; Mariana – 3; Larissa – 5; Viviane – 2; Débora – 1; Raquel – coordenadora Taboão; Paula – coordenadora Batistini)


- Pessoas começaram o dia falando da velhice: costumes e dores do passar do tempo. 
- A questão do trabalho em saúde e a detenção de todos os meios de produção, o exemplo do gari varrendo o parque... trabalho tão feliz... porém aparente, pois toda hora tem que varrer o parque (bem parecido com o que nós fazemos). 
- A questão da arte e da educação. 


Reflexões: Aqui retomo trecho da mensagem de 14 de Outubro do livro Abrindo Portas Interiores de Eileen Caddy: "Confiabilidade é o coração da responsabilidade. Significa você estar sempre no lugar certo, na hora certa, fazendo o que você sabe que tem que ser feito. É você nunca deixar para amanhã o que você pode fazer hoje. Quando você começar algo, cuidará para ser terminado, não importando a oposição que possa surgir. Você nunca será desencorajado pelos obstáculos, mas os verá como pedras e desafios que deverão ser ultrapassados. Você será firme como uma rocha porque sua segurança e estabilidade são interiores, e você não será afetado por condições exteriores e pelo caos e confusão que existem ao seu redor. Aconteça o que acontecer, você não se sentirá "para cima" nem um dia e "para baixo" no outro."

- Busca pela autonomia nos processos de gestão.
- Mudança de modelo na construção da saúde funcional no município. Uma nova visão de cuidar... que não é somente apoio. 
- A necessidade de diminuir a distância entre as estruturas sociais. 
- Gestor hoje deve ter muito tato com RH. 
- Sair da função de gestor para a função de decisor é complicado. Tem hierarquia. 
- Transição entre os modelos no processo de gestão.
- Apoiador: Discussão de caso integrando os vários serviços – construção de PTS; Reviver – Intersetorial. Gestão de encontros voltada para resolutividade de um caso; usuário centrada. 


Reflexões: Não concordo plenamente com essa definição de usuário centrada... existem os limites reais do sistema, e o usuário que muitas vezes traz necessidades que são reflexo de uma estruturação social distorcida e individualista. É necessário qualificar o serviço, trabalhar a educação em saúde dentro do sistema e na sociedade...


- Fascinação no trabalho: Serviço é uma constante adequação do pensamento... Cabeça centrada no projeto e adequação...
- Descrição de ações: implantação da Saúde da família; ação de matriciamento – PTS; resolutividade; VD; assumir junto com a rede e levar o caso com a equipe; tem coisas que somente ela poderá fazer na área de formação – classificou isso como gestão; Reunião com a BRISA e aproximação para planejar como lidar com os médicos matriciadores; apoio à gestão local; o grupo de apoiadores tem autonomia para gerir o processo de trabalho e parar para planejar as ações. 
- Discussão sobre o trabalho do outro... a efetivação não depende do apoiador... não temos linhas hierárquica sobre os executores 
- A agenda de apoio é por período... Flexibilidade...
- Dificuldade de ir bem em todos esses processos...
- Condições reais de trabalho e as prioridades... 
- Diminuição do número de profissionais na equipe de apoio.  
- Ansiedade atropela... e qdo se sente atropelada, é que para, para pensar...
- Recompor a equipe a partir das dificuldades... mesmo cada um estando em momentos diferentes...
- Manutenção do Ritmo...


Reflexões: Me retomou o V Princípio do Ritmo de Hermes Trimegisto em O Caibalion:
"Tudo tem fluxo e refluxo; tudo, em suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação." − O CAIBALION −
"Este Princípio contém a verdade que em tudo se manifesta um movimento para diante e para trás, um fluxo e refluxo, um movimento de atração e repulsão, um movimento semelhante ao do pêndulo, uma maré enchente e uma maré vazante, uma maré −alta e uma maré baixa, entre os dois pólos, que existem, conforme o Princípio de Polaridade de que tratamos há pouco. Existe sempre uma ação e uma reação, uma marcha e uma retirada, uma subida e uma descida. Isto acontece nas coisas do Universo, nos sóis, nos mundos, nos homens, nos animais, na mente, na energia e na matéria.
Esta lei é manifesta na criação e destruição dos mundos, na elevação e na queda das nações, na vida de todas as coisas, e finalmente nos estados mentais do homem (e é com estes últimos que os Hermetistas reconhecem a compreensão do Princípio mais importante)."

Pontos Finais de discussão apontados pelo grupo como bases para o processo de gestão:

Mudança de modelo de saúde; co-gestão; gestão de conflito; colocar-se em análise com a equipe; dados, informação, análise e planejamento; ritmo dos trabalhadores X ritmo de decisões da gestão; cuidado coletivo, democracia; respeitar tempo da equipe; capacidade de planejar; resgate e manutenção de ideais do SUS; estar presente, vincular-se; organizar e priorizar; Educação Permanente; mediar; gestão do encontro; tomada de decisões em vários momentos; adaptação; botar o pensamento em movimento.


No Grupo 3:
Replanejamento do Projeto Aplicativo e discussão sobre nossas ações com a vinda do PMAQ.

- Encaixar o que já estávamos planejando com as ações que terão de ser intensificadas por conta do PMAQ.

- Discussão sobre as possíveis mudanças do papel de apoio e sua relação com os processos de trabalho da UBS. Foi um pouco conflituoso quando questionei como lidar com as prioridades entre as três UBS no caso da aplicação do PMAQ.

Reorganizamos o encontro de 15/10/2011 em três momentos:

1 – organizar das avaliações e os Planejamentos;
2 – todos visualizarem o produto geral do PES e discussão do texto do Caderno de Educação Popular das páginas 68 até 74;
3 – ações para terminar o planejamento na Vila São Pedro.



18/10/2011
Apresentação do Programa de Internação Domiciliar e leitura do texto: Atenção domiciliar como mudança do modelo tecno-assistencial de Kênia Lara Silva; Roseni Rosângela de Sena; Clarissa Terenzi Seixas; Laura Camargo Macruz Feuerwerker; Emerson Elias Merhy. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v44n1/18.pdf

- Perfil mais prevalente dos cuidadores (normalmente pessoas escolhidas pela família) dos domicílios: mulheres solteiras e divorciadas.
- PID utiliza tecnologias leve e leve-dura. As tecnologias duras somente nos Hospitais.
- Aplicam Roteiro de entrevista com a família para identificar os possíveis cuidadores (o ideal é ter mais de 1 cuidador).
- Tem um Manual do Cuidador.

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