sexta-feira, 30 de março de 2012

Agosto de 2011 - Modelos de Atenção à Saúde


02/08/2012
Desenho do Projeto Aplicativo da UBS Jardim Farina:
– discussão da entrada de outros serviços PID e vigilâncias no projeto;
– metodologia, apresentação e divisão para participar na aplicação do projeto.


09/08/2011 

Discussão do texto: SUS, MODELOS ASSISTENCIAIS E VIGILÂNCIA DA SAÚDE de Carmem Fontes Teixeira, Jairnilson Silva Paim e Ana Luiza Vilasbôas Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/iesus_vol7_2_sus.pdf

Pontos Relevantes: 
"(...) A “organização da oferta” ou “oferta programada” seria o espaço de articulação do enfoque epidemiológico, na medida em que a programação e execução das ações e serviços deveria partir da identificação dos problemas e necessidades da população em territórios delimitados, a exemplo do que vinha ocorrendo em vários Distritos Sanitários em processo de implantação. (...)
c) Vigilância da Saúde como uma proposta de redefinição das práticas sanitárias, havendo duas concepções, que, embora não sejam divergentes, enfatizam aspectos distintos: uma, que privilegia a dimensão técnica, ao conceber a vigilância à saúde enquanto um modelo assistencial alternativo conformado por um conjunto de práticas sanitárias que encerram combinações tecnológicas distintas, destinadas a controlar determinantes, riscos e danos; outra que privilegia a dimensão gerencial da noção de vigilância à saúde, caracterizando-a como “uma prática que organiza processos de trabalho em saúde sob a forma de operações, para confrontar problemas de enfrentamento contínuo, num território delimitado (...) através de operações montadas sobre os problemas em seus diferentes períodos do processo saúde-doença. (...)
O ponto de partida para o desencadeamento do processo de planejamento da vigilância à saúde é a Territorialização do sistema municipal de saúde, isto é, o reconhecimento e o esquadrinhamento do território do município segundo a lógica das relações entre condições de vida, saúde e acesso às ações e serviços de saúde. Isto implica um processo de coleta e sistematização de dados demográficos, socioeconômicos, políticoculturais, epidemiológicos e sanitários que, posteriormente, devem ser sistematizados de modo a se construírem o mapa básico e os mapas temáticos do município. (...)
segundo ponto a ressaltar é a necessidade de contextualização, de modo que o modelo seja entendido como racionalidade e não como receita, prescrição normativa. Examinar, concretamente, o processo político em que está inserido. Trata-se de superar as dificuldades em trazer a questão do poder ao se discutir vigilância da saúde. (...)
Assim, é pertinente considerar a questão do poder para analisar a viabilidade da implantação e expansão da vigilância da saúde nos estados e, especialmente, nos municípios. (...)
A preocupação do quanto se possa ou se deva gerar poder para poder continuar atuando é fundamental. Se não pretendemos que essas experiências permaneçam como “estudo piloto” precisamos, urgentemente, torná-las hegemônicas no sentido gramsciano. (...)
Não adianta muito insistirmos nas lembranças dos espaços de trabalho conquistados nos governos que possibilitaram essas inovações conceituais e técnicas. Os que chegaram depois todos conhecemos, especialmente o pavor deles diante do novo. Estas são questões muito concretas que nós precisamos debater. Perguntarmo-nos sempre em que medida essas práticas inovadoras que estamos construindo conseguem, efetivamente, criar poder para poder fazer melhor as coisas."

Reflexões: 
- Necessário discutirmos melhor os indicadores de Hipertensão e Diabetes da Vila São Pedro por conta do Projeto Aplicativo;
- A mudança de modelo e a proporção das ofertas do serviço... muito interessante o diagrama apresentado pelos autores (Figura 2, página 14). A necessidade de buscarmos essa proporção sempre nas ações da atenção básica:


- A importância de basear o processo gerencial em análises epidemiológicas do território.
- O ponto chave é a DESCENTRALIZAÇÃO das diversas esferas de gestão.
- A racionalidade da vigilância em saúde serve de argumento "irrefutável" contra os interesses puramente político-partidários, tão presentes nas gestões públicas?

11/08/2011
Disparador: Filme

Título: Sicko - S.O.S Saúde

Diretor: Michael Moore

Ano: 2007

País: EUA

Duração: 113 min. 

Sinopse: Neste novo documentário, Michael Moore investiga porque os Estados Unidos, o país mais poderoso do mundo contemporâneo, tem um sistema de saúde pública pior do que alguns países do Terceiro Mundo. Sem ocupar tanto espaço no quadro como em Fahrenheit - 11 de Setembro, ele conta casos exemplares de como o sistema é predatório porque visa lucro e não salvar vidas. E, para arrematar, vai a países como França e Cuba para comparar os sistemas.


Discussão sobre o filme:
- (sick que significa enfermo – y sicko cuyo significado se utiliza para describir a una persona moralmente desestabilizada);
Os extremos: público e privado.
- Sistema privado sem regulamentação e os resultados sendo divergentes das necessidades.
- O filme mexe com a dignidade humana. No Brasil, ainda quem sofre mais por falta de acesso é a parte da população mais pobre. Diferentemente dos EUA.
- Se o SUS é tão bom, porque não é levado para os vários países?
- No passado em nosso país as coisas eram da mesma forma que nos EUA. Além disso, vivemos em um país capitalista e dessa forma há muita lentidão no acesso à educação e outros benefícios sociais...
- O corpo político no país também sendo essencial nessa estruturação de um sistema público universal.
- O SUS muito longe de estar próximo ao que realmente é.
- Disputa entre SUS e Privado, qualificando os processos públicos.
- Formação para saúde extremamente cara. Necessidade de fortalecimento de incentivos públicos na formação profissional, principalmente médicos. Formação voltada para o público.
- Plano de Saúde: rede de serviços.
- Seguro Saúde: não tem serviço de saúde nenhum vinculado. A pessoal vai até o serviço e apresenta a nota à seguradora.
- Investimentos governamentais em Seguridade Social.
- Na década de 90 a ida pra Cuba de David Capistrano. Ele teve uma crise de leucemia lá e foi atendido pelo médico da família. Na volta pro Brasil também traz essa idéia de atendimento domiciliar no Brasil.
- A queda de lucro nos serviços particulares, principalmente a indústria farmacêutica.
- A continuidade da lógica mercantilista na saúde, pois muitos profissionais vinculados à venda de produtos e não necessariamente pela necessidade.
- A regulação de acesso aos serviços de saúde. A pressão da sociedade para o acesso aos recursos de saúde mas também à recusrsos que muitas vezes são desnecessários.
- Retomamos a discussão se há ou não possibilidade de existir um sistema público realmente resolutivo tendo a parte particular.
- Qual é o nosso papel em tudo isso?
- A relação da estrutura político-partidária e a forma de ter acesso aos direitos através do voto e da pressão pública aos governantes eleitos.
- A importância de nossas ações também estarem voltadas a situações que possam gerar transformações. Em nós e nas pessoas ao nosso redor. Alertar, informar, socializar informações.
- Salários médicos: comparação em Cuba e Brasil. Análise das diferentes sociedades nesses dois locais e provento de recursos sociais. O salário exorbitante no Brasil (R$12.000) e falta de educação e cuidado com o paciente.
- Plano de Cargos e Carreiras e Salários para os profissionais públicos e melhoria das funções desses funcionários.

16/08/2011
Conversa com os enfermeiros das equipes de ESF da UBS Vila São Pedro sobre fortalecimento de grupos na unidade:
Discutir nas equipes menores, envolvendo todos os profissionais, utilizando o P.E.S;
- Discutir nas equipes a partir dos indicadores de Hipertensos e Diabéticos do território;
- Apresentar na reunião geral;
- Reforçar a importância da consulta/acompanhamento com a enfermagem: (retorno de 3 meses, alterando consultas de enfermagem e médicos);
- Envolver os ACS na divulgação dos grupos;
- Capacitação dos ACS com relação à temática da Hipertensão e Diabetes: Orientações sobre medicamentos;
- Essas medidas irão auxiliar na diminuição da demanda de acolhimento;
- Fundamental a adesão do médico;

   30/08/2011: 
    Avaliação do grupo 3: Projeto Aplicativo no Farina no dia 26/08/2011:
Foi ótimo pois os profissionais apresentaram dúvidas importantes para estruturar os outros encontros... Necessidade de estruturarmos bem esses outros momentos. Carlão apresentou algumas questões de experiência que estão acontecendo com outras unidades. Discussão com relação ao cumprimento de carga horária médica na Saúde da Família.

Discussão e avaliação dos materiais sobre Estratégia de Saúde da Familia no site do Ministério da Saúde (Politica Nacional de Atenção Básica. 2006. 4ª versão. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_basica_2006.pdf)
     - Vínculo médico de família com a Comunidade.
- A formação dos profissionais de saúde e o conhecimento na graduação sobre ESF.
- Estágio em Saúde da Família para os residentes da medicina.
- Necessidade do estágio ser o momento de sensibilização para os estudantes...
- A rede de serviços de saúde deve estar bem estruturada qto às diretrizes da saúde da família para dar conta de receber esses estudantes.
- Tempo histórico dos processos de transformação.
- O boom de crescimento de São Bernardo do Campo.


by Camila Avarca em 30/08/2011
by Camila Avarca em 30/08/2011
*Caso da FICHA A na caixa de correio para responder:
- Porque é um absurdo: Dados contidos no questionário; não conhecer o ACS e não ter idéia do porque responder o questionário...
- Autorização de entrada em Condomínios...
- Pactuações de horários de trabalho diferentes com base nas características do território.


*Caso da paciente psiquiátrica que não deixavam entrar no domicílio:
- Unidades como referencias para outros agravos (psiquiatria) e os atendimentos de urgência/emergência.
- A equipe multiprofissional e o suporte da rede de serviços vinculados ao serviço de atenção básico. A integração entre os diversos serviços.
- A esperança de que as coisas podem ser diferentes.
- O vínculo do ACS.


*Casos do Albergue:
- A importância do consultório de rua como suporte para os atendimentos dos moradores de rua, já que há grande dificuldade de vincular com alguma UBS específica.
- Atendimentos de alcoolistas. PERGUNTA: a rede já deve estar formada para esses atendimentos ou isso vai sendo construído conforme acontecem os casos?
- Frustração se não houver respostas para os profissionais da ESF...
- A importância do trabalho intersetorial...
- A ampliação da equipe na saúde da família – os outros profissionais vinculados à equipe mínima.
- Descentralização dos serviços “especializados” para a rede básica.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Julho de 2011: Planejar, Refletir e Sentir!


Foto de 06/07/2011: As raízes crescem além das grades e dos limites humanos, a natureza, sua essência de vida compõem o nosso mais íntimo SER. Suas raízes estão onde realmente tem consciência ou acha que imagina?




Foto de 07/07/2011: As belas flores da cidade de São Bernardo do Campo!

05/07/2011
Leitura das páginas 69 a 79 do Curso de Formação de Facilitadores de Educação Permanente. 
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/curso_facilitadores_unidade_trabalho.pdf


Pontos relevantes: 
- Termos: Trabalho vivo; morto; tecnologias leve, dura, leve-dura.
- A funcionalidade do curso de gestão na ações da rotina de trabalho de coordenadores e apoiadores.
- O colegiado pleno apresentado como lugar de ajudar nas decisões...
- O fluxograma como uma potente ferramenta para discussão dos fluxos processos na unidade de saúde. 
- Sintetiza e clarifica a forma de representação.
- Projeta a prática individual, e dá a ideia do trabalho em equipe no todo.

Fluxograma extraído do texto.
12/07/2012
Planejamento Inicial do Projeto de Intervenção da UBS Vila São Pedro:


15/07/2011    
Oficina de Construção do Caderno de Reflexão:


Finalidade do caderno:

• Instituir um espaço para oportunizar a constituição das subjetividades colocando o sujeito em análise;
• Oferecer a oportunidade de documentar sua história;
• Diminuir a barreira existente entre a casa, o trabalho, a comunidade e os espaços de formação das pessoas;
• Capacitar o sujeito a elaborar e concretizar metas para sua aprendizagem;
• Preparar o estudante para assumir responsabilidades por sua aprendizagem, pois ele deve se sentir comprometido perante si e a comunidade;
• Ser um elemento gerador de idéias;
• Veicular subsídios para tornar o portfólio um importante elemento de avaliação;
• A avaliação e a construção do portfólio são constantes, e não são privilégio de apenas uma figura...elas são feitas ao longo do tempo junto com todos os envolvidos no processo de formação (o aluno, o orientador, o entrevistado, o amigo, a família).

Marisa: Intensas reflexões que em forma de poesia.

Conceição: A beleza exterior valorizada, e perdemos o foco da beleza interior. 

Rose: O voltar para o local de origem como forma de descanso e recolhimento. 

Carlão: Buscar a luz no fim do túnel. A superação. 

Michele: O amor. A necessidade de aprendermos a amar. 

Eu: A memória do que se viveu e os aprendizados do caminho. 

Camila: As escolhas durante a vida. Os valores de formação. As conversas e trocas entre as pessoas. 

Vera Marina: A proteção e o papel da maternidade. A criação dos filhos. Formar cidadãos. 

Andréia: Estamos na mesma casa de sempre. Imaginar o que está além e é novo. Energia que ilumina e que alimenta. 

Vera: A mandala. A imersão na essência do SER. 

Eduardo: A história de cada um. Perseverança. Fazer música com o que temos. 

Ana: Transformação. O não desistir e o momento certo de despertar. 
Reflexões: Momento de extremo aprendizado e grande significado no processo de formação. A Vera encantou os olhos e o coração ao representar através das cores e seus movimentos, os processos de renovação que vivemos em nossas vidas! É arte que toca o coração de alegria!


16/07/2011

Disparador: Filme


Direção: Pedro Cezar.


Ano de produção: 2009.

Gênero: Documentário.

Nacionalidade: Brasil.
Sinopse: “Só Dez Por Cento é Mentira” é um original mergulho cinematográfico na biografia inventada e nos versos fantásticos do poeta sulmatogrossense Manoel de Barros.
Duração: 75 minutos.








Discussão do filme: 
- Na discussão em grupo ampliado houve a distribuição de frases do filme para ajudar na discussão. Segue minha reflexão sobre a frase: "Nós não estamos vivos para isso. O ser humano é outra coisa."



Texto: O FLUXOGRAMA ANALISADOR NOS ESTUDOS SOBRE O PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE: UMA REVISÃO CRÍTICA de Valéria Maria Reis e Helena Maria Scherlowski Leal David. Disponível em: http://www.aps.ufjf.br/index.php/aps/article/viewFile/488/303

Pontos relevantes: 

(...) "Pereira e Alves apontam que o trabalho em saúde tem uma complexa configuração tecnológica, que produz e reproduz ações e intervenções para atuar nos problemas e satisfazer as necessidades de saúde. Sob este raciocínio, Pires afirma que o trabalho em saúde não tem um produto material, seu produto é a própria realização da atividade, que tem como finalidade a ação terapêutica de saúde e como objeto o indivíduo ou grupos, necessitando de medidas para prevenção, promoção da saúde e também a cura, sendo, em boa medida, realizado em um espaço hospitalar ou ambulatorial. (...)

O sentido da mudança é mais que o da ampliação do acesso aos serviços: também é o de enfrentar as questões de saúde desde uma perspectiva de integralidade do cuidado, e não apenas na lógica do adoecimento e da atenção especializada, fragmentada. No entanto, evidencia-se, nas análises sobre o trabalho na Estratégia de Saúde da Família, uma distancia entre as dimensões político-ideológicas do trabalho e o mundo das práticas, articulado à esfera das demandas da população, que tende, em especial nas grandes cidades, à busca de serviços assistenciais tradicionais para a resolução de problemas já detectados. (...)

Dentre estas análises, destaca-se a trazida por Mehry e Franco que propõem uma ferramenta de análise: o fluxograma analisador, a fim de ampliar a compreensão das equipes gerenciais e diretamente responsáveis pelo cuidado sobre como se desenvolve seu processo de trabalho cotidiano, tendo como foco central o usuário. (...)

O fluxograma consiste em mapear os fluxos e os processos de trabalho, publicizando-os, cartografando-os por meio de uma representação gráfica, tornando-os uma ferramenta para reflexão da equipe. De acordo com Barboza e Fracolli, se constitui numa ferramenta que interroga
os “para que?”; os “que?” e os “como?” do processo de trabalho e cujas funções são:

• Revelar o processo de trabalho;
• Identificar os nós críticos do processo de trabalho;
• Contribuir para o planejamento e reorganização do processo de trabalho;
• Analisar o modelo assistencial praticado por uma unidade ou equipe de saúde;
• Dispersar processo de auto-análise na equipe de saúde;
• Servir como banco de dados, pois é a memória dos trabalhadores.
Além disso, o fluxograma tem o objetivo de disparar um processo de coletivização da gestão do trabalho cotidiano e traduzi-lo para um formato que seja visível e partilhável por todos, para que, a partir disto, possam ser traçadas algumas intervenções que se mostrarem necessárias. (...)
Segundo Schiffler et al, o que impõe “poder” ao fluxograma é o “conjunto de atores éticos-políticos que estão envolvidos com o processo de construção e com a avaliação dos seus achados, tornando-o um dispositivo analisador”."


Reflexões: 
- O trabalho do dia-a-dia apresenta possibilidade de aplicar o fluxograma nos diversos locais e níveis de gestão? Ele pode ser aplicado em qualquer nível mesmo?
- Utilizar o fluxograma apenas quando necessário... quando o problema não é identificado pela equipe.
- A autoanálise traz desestruturação, então tem de ter suporte para pensar a reestruturação após o processo.
19/07/2011
Continuando o Planejamento do Projeto de Intervenção da UBS Vila São Pedro

- Detalhamento das ações, responsáveis e prazos.
- Definição do papel de cada um na execução das ações.




Reflexões: O planejamento via tarjetas foi determinante para conseguirmos sintetizar as diversas ideias na discussão. Ser visual à todos diminui as possibilidades de falta de entendimento das ações programadas e à qual objetivo ela se refere.
Nesse planejamento, as ações refletem alguns temas de discussão já realizados por nós durante o curso, até o momento:


terça-feira, 27 de março de 2012

Junho de 2011: Educação Permanente e a Subjetividade do ser...

07/06/2011
Texto para o Encontro: Subjetividade e projetos coletivos: mal-estar e governabilidade nas organizações de saúde de Marilene de Castilho Sá. 
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v6n1/7033.pdf
- Trechos destacados: 
"Hoje, é inegável que o enfoque estratégico em planejamento, particularmente em planejamento público, represente um rompimento com a maior parte dos pressupostos positivistas, a partir da introdução da dimensão humana e política. O planejamento não é só ciência e técnica, é também  arte: a arte de governar em situações de poder compartido (Matus, 1993). Reconhece-se, assim, a pluralidade de atores, com diferentes capacidades (poderes) e interesses, disputando projetos e os recursos para implementá-los. Planejamento e gestão/governo deixam de dizer respeito a um problema de administração das coisas pelos homens e passam a significar um problema de interação entre os homens na busca de seus objetivos. (...) 
Isso porque governar implicaria compatibilizar minimamente o que seria quase impossível de compatibilizar, isto é, inserir num projeto comum e em alguma medida consensual as exigências desejantes de uma multiplicidade de sujeitos diferenciados (Birman, 1997). (...)
...o desenvolvimento da autonomia dos sujeitos nas organizações de saúde é uma das condições fundamentais tanto para a ampliação da governabilidade dessas organizações quanto para a construção de projetos coletivos e solidários em seu interior. (...)
O sujeito é aquele que tenta sair tanto da clausura social como da clausura psíquica e da tranqüilização narcísica. 

É um ser criativo, que busca mudanças (pequenas, cotidianas), capaz de perceber a diversidade, e fazer de suas contradições, de seus 
conflitos e medos a própria condição de sua



vida. O sujeito é alguém que quer criar coisas 




e reconhece a alteridade do outro e sua própria alteridade. (...)


O foco que aqui concentro na possibilidade de autonomia dos sujeitos não significa, no entanto, qualquer tipo de idealização em torno de uma autonomia total. Ninguém é totalmente autônomo. Todos se inserem numa cultura
que, em parte, determina seus comportamentos."

Reflexões: O texto traz a subjetividade dos sujeitos como determinante na construção de projetos coletivos e no planejamento das ações. Refere-se em muitos momentos ao processo interno dos serviços de saúde, considero porém de extrema importância extrapolarmos, para além da tendência desse raciocínio, à toda a estrutura do Sistema de Saúde. As relações e subjetividades estão no cerne de toda a gestão do sistema e é nisso que se produz seu maior desafio... Um política, ou projeto só se concretiza se houver acordos entre os diversos sujeitos  responsáveis por tornar uma ideia executável em suas inúmeras dimensões. o
ideal e sua representação prática é um dos grandes desafios do homem, e não sozinho, mas sim autônomo dentro da coletividade.

09 e 10/06/2011
Síntese sobre a discussão de Educação Permanente:
  • Educação permanente como modelo crítico as estratégias de formação e capacitação nos serviços;
  • Conceito de implicação que objetiva colocar o processo de trabalho em análise;
  • Importância do papel de cada um no processo que escapa a lógica entre professor-aluno;
  • Diferentes modos/estratégias de comunicação e diálogo nos equipamentos de saúde (Problematização desta discussão em todos os serviços: UPA, Vigilância, PID...).

"Mãos de desenho" litografia de Maurits C. Escher, 1948.


Reflexões: Acredito ser um dos grandes desafios do momento que vivemos na rede dos serviços de saúde da cidade, e em todos os níveis de gestão. Consolidar essa prática é desafio para todos, inclusive no que tange ao modelo crítico e de implicação que se espera dentro da estrutura da educação permanente. Profissionais quietos, sem expressão ou desinteressados são grandes marcadores de que não há um efetivo espaço construído de educação permanente... Mas será que estamos todos abertos para mergulharmos por inteiro nesse processo? Se não há, professor // aluno, todos estão juntos para aprenderem e se modificarem no processo... Ou não?

"Já estamos sendo cobrados, se nos incomoda, já estamos sendo cobrados!"

Educação Permanente e sua relação com o Projeto Aplicativo:
- Estamos vivendo esses conceitos na prática, ou estamos almejando isso?
- As ações de EP são possíveis em quaisquer equipamentos de saúde?
- Educação Permanente (escolha do tema) a partir dos problemas vivenciados no cotidiano dos serviços.
- Problemas elencados no Projeto Aplicativo: Estratégia de Saúde da Família (3 unidades envolvidas, em 3 momentos distintos); grupos e atividades coletivas em saúde e acolhimento seriam as principais demandas (é constantemente trazido pelos trabalhadores no dia-a-dia).

Avaliação do grupo sobre a participação na atividade de territorialização na sensibilização da Vila São Pedro:
- Articulação das três estratégias (Territorialização, EP e Atenção Básica).
- A atividade possibilitou verificar que as equipes de saúde da família estão apropriadas das informações em saúde em relação ao seu território, embora não haja a prática cotidiana de discussão de seus indicadores.
- A troca de informações entre as equipes foi uma ferramenta importante para que todos se apropriassem dos dados/indicadores da unidade.
- Grande integração dos profissionais em suas equipes.

21/06/2011 
Discussão do Texto: Cogestão e neoartesanato: elementos conceituais para repensar o trabalho em saúde combinando responsabilidade e autonomia de Gastão Wagner de Souza Campos. Disponível em:  http://www.scielosp.org/pdf/csc/v15n5/v15n5a09.pdf

Síntese da discussão: 

- Modelo Hegemônico como pano de fundo para os padrões já estabelecidos na sociedade;
- O que pode ser considerado como MACRO e como MICRO?
- Práxis (com base no filósofo Aristóteles): "As coisas que temos de aprender antes de poder fazê-las, aprendemos fazendo, por exemplo os homens tornam-se arquitetos construindo, e tocadores de violão tocando violão. Do mesmo modo é possível tornar-se justo, praticando atos de justiça, para tornar-se moderado deve-se agir moderadamente."

Reflexões: A liberdade real é interna mesmo... com a forma como a sociedade se estrutura hoje, temos falsos conceitos de liberdade... Estar livre é projetar em nossas ações a liberdade de amarras, padrões e relativismos que nos separam da verdadeira vida em comunhão com o outro.

Pra acompanhar:
Rebento: http://www.radio.uol.com.br/#/album/gilberto-gil/gil-luminoso/2886
Gilberto Gil
     Rebento, substantivo abstrato
     O ato, a criação, o seu momento
     Como uma estrela nova e o seu barato
     Que só Deus sabe lá no firmamento
Rebento, tudo que nasce é rebento
Tudo que brota, que vinga, que medra
Rebento raro como flor na pedra
Rebento farto como trigo ao vento
Outras vezes rebento simplesmente
No presente do indicativo
Como a corrente de um cão furioso
Como as mãos de um lavrador ativo
Às vezes mesmo perigosamente
Como acidente em forno radioativo
Às vezes, só porque fico nervoso
Às vezes, somente porque eu estou vivo
Rebento, a reação imediata
A cada sensação de abatimento
Rebento, o coração dizendo: "Bata"
A cada bofetão do sofrimento
Rebento, esse trovão dentro da mata
E a imensidão do som
E a imensidão do som
E a imensidão do som desse momento